segunda-feira, 5 de outubro de 2015

GONDAR EM “O MINHO PITTORESCO”

José Augusto Vieira, em "O Minho Pittoresco" (1887), descreve desta forma as suas passagens por Gondar:


Vila Seca (Gondar - Amarante)
“Depois de havermos descansado em Amarante, tendo neste ensejo ocasião de alugar cavalos que nos levassem à serra da Aboboreira e d’ahi ao concelho de Baião, partimos de madrugada, sendo-nos obsequioso guia e companheiro amável para essa excursão à Aboboreira, Sebastião Nogueira Soares, amigo a quem devo a correcção de muitas inexactidões que a princípio enxameavam por este capítulo.
(…) Neste contar da lenda (de Dona Loba) fomos atravessando Padronello, e o assombrado lugar do Cavalinho, de Gondar, onde fazem duas importantes feiras de gado, a 12 e a 28 de cada mez. À mesma freguesia pertence o lugar de Villa Secca ou Panelleiros, assim chamado por causa da profissão dos seus moradores, que se entregam aos trabalhos de olaria grosseira. Como prova lá se via o respirar das soengas ou fornos, espalhando o fumo pelas quebradas tristes do lugar.
Sobre a esquerda, em um plató afastado, vê-se a importante casa da Barroca, pertencente à família Cunha Brochado.” (pp. 432-433).

Ponte de Larm (Gondar - Amarante)

e noutra passagem:

"Sobre o rio Ovelha atravessamos depois a ponte de Larim, já dos domínios de Gondar, cuja matriz parochial, enegrecida pelo tempo, vemos à esquerda na encosta, meio escondida entre os carvalhos. É ella que representa o antigo convento de freiras beneditinas, a que se reuniam para os capítulos as freiras de Lufrei, visto nesses tempos não haver ainda a clausura rigorosa.
Foi na freguesia o Solar dos Gondares, procedente de Mem Gondar, companheiro do Conde D. Henrique, e d’ahi lhe veio o nome que ainda hoje conserva.” (pp. 429-430).

Vieira, José Augusto, "O MINHO PITTORESCO", Livraria de António Maria Pereira, Lisboa, 1887.

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