quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

CAPELA DE SANTO AMARO DE OVELHINHA

As referências conhecidas à capela de Santo Amaro, em Ovelhinha, remontam ao início do séc. XVIII, mas é bem possível que a sua construção seja anterior. Na sua obra “Memórias Ressuscitadas…”, Craesbeeck, no ano de 1726, diz, referindo-se à Igreja matriz, que esta tem “huma capella filial de Santo Amaro, em o lugar de Ourelinha” e nas “Memórias Paroquiais” de 1758, António Coelho Pedroza faz referência à Capela de Santo Amaro, administrada pelo comendador Conde do Redondo (note-se que Gondar era Comenda da Ordem de Cristo). Não existe, por isso, a menor dúvida sobre a importância desta Capela onde, pela sua localização no centro da paróquia, era celebrada missa dominical e outros sacramentos.

Capela de santo Amaro (Ovelhinha - Gondar)

As “Memórias Paroquiais” (1758) sublinham também a realização, neste local, de uma feira franca anual “de javalis mansos e coisas comestíveis”, no dia de santo Amaro, a 15 de Janeiro.
Altar de Santo Amaro (Ovelhinha - Gondar)
A capela, simples e austera, denota os parcos recursos da paróquia aquando da sua construção, não possuindo elementos de valor artístico que mereçam ser destacados.
O altar, de feição neoclássica, tudo indica não ter sido construído de raiz para esta capela, pois o seu formato e dimensão não se coadunam com a parede à qual está adossado. No centro possui um nicho envidraçado, que alberga a imagem do santo, ladeado por duas colunas coríntias estriadas e encimado por um remate ondulado, no qual se insere uma pomba, símbolo do Espírito Santo.
Quanto à imagem de Santo Amaro, trata-se de uma escultura em madeira policromada, do século XVIII, assente sobre uma base marmoreada de formato hexagonal. Segura com a mão esquerda uma cruz, apresenta cabelo castanho com corte em tonsura e longas barbas da mesma cor e veste hábito negro sobreposto por manto com capuz, segundo as regras da Ordem de S. Bento à qual pertenceu.
Concluindo, pode dizer-se que a capela de Santo Amaro interessa mais pelo seu significado histórico-patrimonial do que pelo seu valor artístico.



Miguel Moreira

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