sábado, 27 de maio de 2017

PONTE DO RIO / OUTEIRINHO

Construída em cantaria de granito, esta ponte, em arco de volta perfeita, é uma das mais bonitas da freguesia. Transpondo o rio Carneiro, no lugar do Rio, liga a estrada M 576, a partir de Vila-Seca, à estrada N 101, no lugar do Escondidinho. 


Ponte do Rio - Gondar

Outrora era ladeada por uma graciosa balaustrada em granito, de que foi espoliada nos anos 80, e substituída por um corrimão metálico a fim de possibilitar a passagem de veículos automóveis.


Ponte do Rio na sua forma original

O alargamento da via e da ponte, em particular, seria de todo desejável e, já agora, a recolocação da balaustrada, se é que ela ainda existe algures.


Miguel Moreira


sexta-feira, 12 de maio de 2017

BATALHA DO MARANCINHO 
(12 de Maio de 1809)

Foi a 12 de Maio de 1809 que, após dez dias de saques, mortes e destruições (só em Ovelhinha fala-se em 35 mortos e muitas casas incendiadas), levadas a cabo pelos franceses em toda a margem esquerda do Tâmega, as forças portuguesas, comandadas pelo brigadeiro Silveira, desencadearam um feroz ataque sobre as tropas napoleónicas que é descrito, desta forma, por Carlos Azeredo:

in "Invasão do Norte - 1809", de Carlos Azeredo, pág. 83

“Durante toda a manhã deste dia 12, o Brigadeiro Silveira esperou que, pelo itinerário de Mesão Frio e dos Padrões, avançassem as forças de Bacelar ou de Beresford, para caírem em conjunto sobre o inimigo em Moure.
Pela 1 hora da tarde, lançou Silveira um ataque orientado sobre três eixos: o da esquerda, procurando tornear pelo sul a posição do adversário, seguia a direcção geral de Ansiães ao Cavalinho e Palmazões; o do centro, comandado pelo seu irmão o Coronel António da Silveira, seguia a direcção geral de Ovelha, Marancinho e Forno da Telha; o do norte, ou da direita, comandado pelo próprio Silveira, seguia a direcção de Gavião, Alto da Mó e Lufrei.
Foi sobretudo a coluna do norte a que encontrou a resistência mais encarniçada do inimigo nas proximidades de Vila Chã, no vale do ribeiro do Marancinho de onde os franceses foram combatendo e retirando até ao Barreiro (...).
O local deste renhido combate ainda hoje é localmente conhecido pelo “Vale dos Franceses” e distinguiu-se aqui o Capitão de cavalaria, Francisco Teixeira Lobo, que com 80 praças carregou sobre uma força inimiga muito superior, a qual retirou após dura refrega.” (1)

E sobre os destroços da batalha escreveu um autor da época:
“...  o inimigo teve tantos mortos e feridos que dali até Gateães se viram e observaram rastos de sangue; deixaram muitas espingardas; ... ficaram três cavalos mortos; e, no outro dia, em Gateães um montão de ossos de cadáveres queimados e se acharam, dizem, dúzias de sapatos com pés dentro ainda de alguns cadáveres queimados...”. (2)

A batalha do Marancinho foi decisiva para que os franceses abandonassem definitivamente Amarante, depois de terem causado tanta desgraça, mortes e destruições.

Ovelhinha - Gondar (Ruínas da Invasão Francesa)
Placa Comemorativa no Lugar de Rua - Aboadela

(1)- Azeredo, Carlos de, “Aqui Não Passaram!”, Civilização Editora, 2005, pág. 232.

(2)- P. F. De A. C. De M, “História Antiga e Moderna da Sempre Leal e Antiquíssima Villa de Amarante”, Edição do Autor, 1814, pág. 254.
Miguel Moreira