sexta-feira, 28 de julho de 2017

CONSTRUÇÃO DA EN 15

(troço de Gondar)

Uma Portaria do Ministro das Obras Públicas, de Maio de 1862, determinava a construção da nova “Estrada Real”, ligando a cidade do Porto a Bragança. No troço compreendido entre Amarante e Vila Real, atravessando a Serra do Marão, essa nova via surgia como alternativa à “velha” Estrada Real que, de Amarante, seguia pela Feitoria, Costa Grande, Lufrei, Marancinho, Sanche e Aboadela, rumo a Vila Real.


EN 15 (Gondar - Amarante)

Nesse mesmo ano de 1862, deliberou a Câmara de Amarante oferecer para a feitura da nova estrada, a expropriação dos terrenos incultos tanto baldios como particulares cujos donos “declaravam que os cediam gratuitamente”. Foi, nesse sentido, nomeada uma Comissão para tratar das expropriações a fazer-se desde “Padronelo para cima…” (Sessão da Câmara de 15.5.1863).
Por sua vez, o Diretor das Obras Públicas do Distrito de Vila Real declarava, em 14 de Outubro de 1863, que se achavam adiantados os trabalhos do projecto do lanço da estrada, compreendido entre Padronelo e S. Vicenço, rogando à Câmara “se dignasse diser quaes os donativos que tencionava oferecer ao Governo para auxiliar a construção do dito lanço…”. (1) Em resposta, a Câmara deliberou “que se desse o donativo de seis centos mil reis para auxiliar a expropriação dos terrenos compreendidos no referido lanço…”, apesar de haver concorrido, como já se afirmou, com todos os terrenos baldios e maninhos indispensáveis, dentro dos limites do Concelho. (1)


Ponte de Larim (Gondar - Amarante)

Uma inscrição à entrada da ponte de Larim, sobre o rio Ovelha, assinala o ano de 1867, data em que foi concluído o alargamento do tabuleiro da ponte e, certamente, o da conclusão das obras da nova Estrada Real. Gondar passava a estar no coração das ligações rodoviárias do litoral para o interior transmontano.

Miguel Moreira

(1)    – Cardoso, António, “Amarante em meados do séc. XIX: Obras Públicas, Arquitetura e Urbanismo”, in Actas do II Congresso Histórico de Amarante, vol. II, I Tomo, pp. 56-57.

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