terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A ESTRADA POMBALINA NA LITERATURA - SANT'ANNA DIONÍSIO

A ESTRADA POMBALINA NA LITERATURA (IV)

SANT’ANNA DIONÍSIO

As dificuldades e perigos desta estrada, construída em finais de setecentos, estão bem presentes neste texto de Sant’Anna Dionísio:

“... a estrada muito estreita, rude e sinuosa, requer circulação prudente, sobretudo no sentido descendente. Durante duas léguas, quem descer para Amarante terá, pela direita, consecutivas ribanceiras, que atingem, por vezes, algumas dezenas de metros. Quem sobe pode ir um pouco mais à vontade, pois segue sempre encostado ao pendor íngreme da serra da Aboboreira, possante ramificação granítica do Marão.


Estrada Pombalina na Boavista - Gondar
Estrada Pombalina nas Noveleiras - Bustelo
Estrada Pombalina transpondo o rio Teixeira (Mesão Frio)

As diligências e os carroções, que ainda nos meados do século passado faziam uma boa parte dos transportes do Alto Douro para o Porto por esta via, venciam as íngremes ladeiras do Padronelo, da Reboreda e da Teixeira em demoradas horas que davam tempo de sobra aos viandantes para dormitar (...). Muitas vezes, atrelavam-se juntas de bois aos carros de cavalos.
As mudas faziam-se nos Padrões da Teixeira.”

Sant’Ana Dionísio, "Guia de Portugal", 3.ª edição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, vol. 5, pg. 285.


Miguel Moreira (fotografia)

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